As úlceras de pernas são lesões na pele da perna que se formam em decorrência de doenças como varizes, hipertensão arterial, diabetes, isquemia e infecções.
Representam doenças extremamente importantes, não só por seus aspectos médicos, como pelos problemas sócio-econômicos que ocasionam. Elas acometem pessoas das mais diferentes faixas etárias e têm elevada incidência.
Algumas evoluem por longo tempo, cronificam-se e outras, mesmo cicatrizando, deixam seqüelas estéticas (cicatrizes e manchas) e funcionais graves (rigidez das articulações). São responsáveis por faltas ao serviço, horas perdidas e aposentadoria de pessoas jovens, numa faixa etária de elevada produtividade.
Quais são as causas?
Várias doenças podem causar as úlceras de perna, a saber: varizes (úlcera varicosa), flebite crônica (úlcera pós-flebítica), hipertensão arterial (úlcera hipertensiva), trombose arterial (úlcera isquêmica), diabetes (úlcera diabética), infecção (úlcera infecciosa), trauma (úlcera traumática) e tumores (úlcera tumoral).
A úlcera varicosa é conseqüência da estase (acúmulo) de sangue venoso na pele que acaba determinando o seu espessamento, a redução da gordura subcutânea, manchas castanhas e finalmente a lesão.
O mesmo mecanismo, ao envolver as veias da pele e as veias mais profundas, é responsável pela úlcera pós-flebítica.
Na hipertensão arterial, diabetes, trombose arterial, existe a obstrução das artérias da pele e/ou das artérias profundas gerando a ferida.
As úlceras infecciosas são ocasionadas por bactérias que lesam a pele.
A úlcera traumática ocorre por corte, contusão ou perfuração e as úlceras tumorais por tumores.
A incidência das doenças responsáveis pela ocorrência de úlceras de perna varia geograficamente.
Nos países desenvolvidos, as lesões mais freqüentes são secundárias a doenças vasculares, principalmente varizes e seqüelas de tromboses venosas profundas.
Em regiões menos desenvolvidas, há maior ocorrência de úlceras infecto-parasitárias. Atualmente, em certos países africanos, a principal causa de úlcera de perna é o sarcoma de Kaposi (tumor de pele) secundário à AIDS.
No Brasil, predominam nas grandes cidades as úlceras de origem vascular, particularmente a úlcera varicosa, e na zona rural há equilíbrio entre esta última com as de caráter infecto-parasitárias.
As manifestações clínicas variam de acordo com a doença que originou a úlcera e da própria ferida .
Alguns tumores podem se ulcerar (por exemplo, por má irrigação sangüínea do próprio tumor, devido ao seu rápido crescimento) como por exemplo:
- O carcinoma espinocelular ulcerado pode aparecer sobre pele normal ou sobre cicatriz de queimadura ou radioterapia. Geralmente, as bordas são endurecidas e pouco nítidas.
- O carcinoma basocelular ulcerado tem bordas esbranquiçadas, com aspecto de pérola e com pequenos vasos.
- O sarcoma de Kaposi, tumor comum em indivíduos com AIDS, surge como nódulos, em placas avermelhadas ou vinhosas. No Brasil, ao contrário de países africanos, poucos deles se ulceram.
Ocorrem em pernas inchadas, com veias dilatadas e visíveis, havendo espessamento da pele e mancha de cor castanha onde vai se instalar a úlcera. Os doentes se queixam de sensação de peso e cansaço nos membros e queimação nos trajetos venosos. A úlcera varicosa costuma ser pouco dolorosa, sendo essa queixa exacerbada quando existe infecção local.
Caracterizam-se por dor intensa, contínua, que se mantém durante a noite, impedindo o sono. Aparecem espontaneamente ou após trauma. No início, surge mancha violácea ou bolha escura com posterior formação de escara que se desprende, aparecendo, então, a úlcera.
As úlceras isquêmicas são complicações observadas em diabéticos, hipertensos ou em pacientes com obstrução (trombose) das artérias da perna. Nessa última circunstância, o doente costuma referir dor muscular ao andar que desaparece com o repouso, precedendo o aparecimento da úlcera.
Associam-se a infecções cutâneas e aparecem no curso dessas doenças. Têm secreção purulenta, são dolorosas e apresentam características inflamatórias de bordas ou fundo determinadas pelo processo de base, isto é, o aspecto costuma ser característico de cada agente infeccioso.
A profilaxia da lesão cutânea baseia-se no tratamento da doença causal, como operação de varizes, uso de meia elástica, controle da pressão alta, do diabetes, do excesso de peso, realização de exercícios físicos, prevenção de infecções e de traumas nos membros inferiores.
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